domingo, 25 de abril de 2010

DFB 2010 - Vitorino Campos

Ao som de Lux Aeterna, de Requiem for a Dream, o desfile da coleção de Vitorino Campos se iniciou, já esbanjando altos tons de dramaticidade em uma passarela dominada pela meia-luz. Os brados poderosos da música pareciam mover as modelos que andavam como que levadas pela exaltação do ritmo. As pegadas fortes e as cinturas cheias de molejo indicavam que a mulher que se apresentava agora era firme, segura de si, confiante e sedutora.
Parecendo tirar inspiração das musas de filmes noir dos anos 40, os looks, clássicos e minimalistas, construíam uma femme fatale envolta em tecidos fluidos e em decotes reveladores. As transparências (again!) denotavam a sensualidade aflorada dessa fêmea, enquanto os ombros marcados afirmavam a sua posição de poder junto aos homens. Ingrid Bergman ressurgiu em belos trench coats adaptados ao clima mais ameno dos trópicos, fazendo com que a coleção permanecesse com seu "pé" fincado no mundo da produção cultural dos anos 40.
A paleta de cores, formada por preto, branco e vinho, o mínimo e prático expresso até na escolha cromática, insinua luxúria, desejo e sofisticação, elementos misteriosos que envolvem a neblina doce e venenosa da mulher fatal de Vitorino Campos.
Fotos: Nathiara Paulo

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