domingo, 25 de abril de 2010

DFB 2010 - Mário Queiroz

OK, OK, a coleção já foi apresentada na São Paulo Fashion Week, mas, como uma das poucas marcas a apresentar coleção masculina no primeiro dia, precisa ser comentada.
Uma palavra soou durante o desfile: Londres. Uma das maiores capitais de produção autoral de moda do mundo, com seus policiais, cabines telefônicas vermelhas, ônibus de dois andares e chuvas constantes, foi o foco de inspiração para a criação Outono Inverno de Mário Queiroz. Um tema já meio cansado e visto há mais de duas estações, temos de admitir (até as grandes magazines já vêm com coleções "made in Britain"). Lá estava tudo o que estamos acostumados a ver quando a temática London Town entra em cena: muito xadrez, tachas em acessórios, coletes com bottons e coturnos revisitados (os três provenientes da redescoberta do movimento punk surgido em Londres nos Anos 70).
Porém, como as coleções de Mário Queiroz são sempre desejáveis, bonitas, sutilmente comerciais e misturam tendências diversas, ao punk corriqueiro uniram-se o movimento dândi, com ternos totalmente em xadrez (a imagem inicial do punk/skater confrontando o gentleman britânico representou bem esse contraste de estilo que caracteriza a capital londrina) e o movimento clubber dos Anos 90, com casacos acolchoados e contrastantes (pena que aqui em nossas terras quentes e nordestinas, ternos e casacos são sinônimo de temperatura corporal acima de 35º), garantindo, dessa forma, novidade e frescor a um tema já bem abordado em coleções nacionais. O vermelho dominou a coleção, salpicado de cinza, amarelo e de azul. Londres é o lar de diversos movimentos sociais caracterizados pelo vestuário bem peculiar e considerar essa diversidade fantástica, a qual torna a cidade o centro cosmopolita que é, foi um apelo legal da coleção ao invés de simplesmente jogá-la no lugar-comum do punk.
Alguns destaques do desfile: a make, uma revisitação que remeteu ao filme Laranja Mecânica, obra de violência de Stanley Kubrick; a playlist (ótima) do desfile, que teve The xx (que vem sendo uma escolha musical presente em desfiles de semanas de moda nacionais e internacionais) e Florence & The Machine ( remixada por The xx!), mantendo a aura jovem e modernosa da coleção apresentada.
Fotos: Fernando Sant'Anna

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