Adriana Piorski abriu sua Magic Box no 2º dia do DFB e dela saíram os mais diversos personagens existentes no imaginário das crianças e de suas brincadeiras. A inspiração infantil da coleção já se notou na decoração do desfile, um dos poucos, até aquele momento, a ter elementos de cenário no desfile (criação de ambientes sempre se notou nas coleções da Piorski). A marca é famosa por acompanhar as tendências mais fortes dentro do universo fashion e adaptá-la a seu estilo, mais "menininha" e "fofinho", e nessa coleção essa inclinação apareceu muito forte (queria ver uma bolsa Piorski com estampa corrida da Madonna no livro SEX, aí sim ia ser novidade! Imagina o rebuliço!).
Os looks representavam uma espécie de iconografia do universo de sonhos das meninas e dos contos de fadas, em que bailarinas rodopiavam nos acessórios, broches ao estilo royalty adornavam as roupas e traziam os espíritos de reis, príncipes e princesas à passarela, e coques à la Cinderela enfeitavam as cabeças das modelos. Representando a tendência girlie & ladylike, laços (presentes nos acessórios e nas roupas), estampas fofinhas (nuvens, bolinhas, brinquedos e destaque para as figuras de personagens infantis), transparências (mais localizadas e menos "exibidas" como as das coleções do 1º dia), tule e organza (nas saias, sempre retornando à imagem da bailarina perfeita) e o predomínio das candy colors na paleta. Novamente o xadrez retorna, afastando-se da padronagem tartan e acompanhando casaquetos acinturados. Por sinal, cintura (alta, claro!) e ombros marcados voltaram com força total em praticamente todas as coleções apresentadas, representando um doce paradoxo fashion, em que o foco nos shoulders (realçados de forma sutil ou bem chamativos) masculiniza, enquanto a cintura alta acentua as curvas femininas. Observa-se, aqui, uma tendência toureador, em que o destaque nos ombros é diminuído com ombreiras menores complementando decotes.
A tendência militarista, conceito lançado por praticamente todas as maiores revistas de moda mundo afora, aparece representada aqui por casacos imperiais, em uma releitura do Soldadinho de Chumbo e do Quebra-Nozes, sempre mantendo, dessa forma, a proximidade com o universo infantil e com o balé.
Só um adendo (super pessoal): a trilha sonora foi demais! Lykke Li "truando" no início e a sensualidade das vozes femininas na playlist deu um ar delicadamente malicioso e sexy à apresentação da coleção, sem cair no lugar-comum (imagina se ela tivesse tocado um remix de Xuxa e Angélica ou um som de caixinha de música? Eu ia rir!).
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Fotos (e percepção) de Nathiara Paulo
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Fotos (e percepção) de Fernando Sant'Anna
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não entendo muito de moda, mas achei o desfile realmente muito bom!
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