quarta-feira, 23 de junho de 2010

Como um Conto de Fadas

O romantismo invade as páginas da Marie Claire Itália de junho através das lentes encantadoras de Wendy Bevan. Com styling de Elisabetta Massari, o photoshoot parece inspirar-se no etéreo e fantástico mundo das fadas e das bailarinas para criar imagens de profunda delicadeza, trabalhadas em tons bege e esmaecidos e em vestes diáfanas e de silhuetas fluidas. Materiais leves, como organza, formam a figura de uma mulher construída em tons platônicos, aproximando-se da figura da princesa distante ou da noiva. A luz lembra um pouco a iluminação usada pela fotografia do filme "O último tango em Paris", visto que acentua, de forma sutil, a sensualidade das modelos, que tem suas formas exploradas de uma maneira levemente voyeur. As imagens borradas dão um aspecto onírico e adicionam à magia poética das cenas, recordando um pouco quadros impressionistas e aproximando as fotos de pinturas.
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Wendy Bevan já é figurinha conhecida na Marie Clarie Itália, por sinal. Em abril desse ano, ela já fez um ensaio incrível para a publicação, baseado no mistério do universo circense e em memórias da infância. Com ares de espetáculo burlesco, as imagens têm o incrível estilo retrô que caracteriza as fotografias de Wendy, com matizes desgastados e contrastes com o preto e o branco, onde a modelo Sophie Vlaming dá uma de Nicole Kidman em Moulin Rouge juntamente com uma trupe de simpáticos circus freaks.
O styling, que também é de Elisabetta Massari, representa o glamour e a sensualidade ingênua das pin-ups e da Era de Ouro de Hollywood, mas adicionando toques bem contemporâneos através de coleções de Givenchy, Prada, Jean Paul Gautier e Ralph Lauren, para citar algumas marcas.
Notem as referências a diversos artistas e obras da primeira metade do século XX dentro das imagens, como Charles Chaplin, Man Ray, Rita Hayworth, Carmem Miranda e Groucho Marx, por exemplo. Não dá para evitar a delicada sensação de que lembranças estão sendo redescobertas a partir de fotos perdidas no tempo, como se um documentário visual se formasse ante aos nossos olhos. Mais uma vez as imagens borradas ajudam a construir uma aura de que algo está se formando em nosso inconsciente, seja um sonho que nos busca ou uma memória que nos chama. Encantador.
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