
E o espírito dos
Anos 90 passados bate na porta da moda mais uma vez. Dessa vez em um editorial bem colorido da
V Magazine, estrelando as modelos
Lily Donaldson e
Liya Kebede em um ensaio, autoria de
Josh Olins, cheio de doses de
street wear nos moldes das icônicas integrantes do grupo de rap/hip hop americano,
Salt N' Pepa. Com muitos acessórios exagerados e gigantes, combinando com o gosto dos rappers pelos seus
bling blings, o styling das modelos, que ficou a cargo de
Clara Richardson, usa e abusa de
cores fortes,
animal prints,
hoods,
biker shorts com
tye dye e
brilhos nas roupas (ressaltando o poder do brilho e do ouro na cultura rapper atual e confirmando a tendência dos
paetês em 2010). Destaque para os sneakers, muito loucas as plataformas Adidas que as moças usam (ecos das
Spice Girls, que também eram apimentadas?), acentuando o clima bem casual, urbano e com ares esportivos do photoshoot. Só acho que uma modelo negra, mais
bootylicious, faria par melhor com a
Liya do que a branquinha
Lily.








E aproveitando o espírito girl power trazido com o Dia Internacional da Mulher, que tal falarmos de...
Começando pelas meninas do Salt N' Pepa...Formado em 1985, no Queens, foi um trio feminino de rap e hip hop, cujas letras, repletas de insinuações sexuais e referências a festas e ao ato da conquista, fizeram a cabeça de muitos festeiros nos anos 90. Primeiro grupo feminino a conseguir sucesso e a estourar no mainstream pop em meio ao universo predominantemente masculino (e machista) do rap, as meninas do Salt N’ Pepa foram revolucionárias ao seu modo, ao defender a liberação sexual da mulher, que, em suas músicas, assume posição ativa diante do prazer e exerce controle sobre seu próprio corpo.
Agora, depois de 10 anos de o grupo ter rompido, as garotas, agora mães de família, vão se reunir novamente para lançar um novo álbum a ser lançado ainda em 2010 (seria talvez esse o motivo do photoshoot da V Mag?).
A importância de Salt N' Pepa para a música é maior do que parece. Foi o grande sucesso do trio que abriu o caminho, e as portas das grandes gravadoras, para rappers do sexo feminino, como Missy Elliott, Eve e Lil' Mama, que, com as moças, compartilham a imagem de mulheres fortes e desbocadas. Recentemente, em uma onda de garotas vindas de diferentes históricos culturais que produzem rap, Rye Rye, Tokyo Diva e a branquela Amanda Blank vêm ganhando destaque pelo seu estilo e atitude. Rye Rye, com seus beats para mexer o corpo, Tokyo Diva, com um rap pop chiclete e, Amanda Blank, pelo rap com forte influência do eletropop. Uma similaridade entre as três: o visual super colorido, marcado pelo contraste entre cores neon e estamparia divertida, influência direta do estilo new rave.
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Rye RYE
Tokyo DIVA
Amanda BLANK
Até em termos de vestuário as garotas seguiam um estilo bem característico, misturando o ghetto style de suas contrapartes masculinas com leggings e brincos de argola bem grandes. Abusavam de casacões com o dobro de seu tamanho, camisões de flanela, bonés (talvez uma maneira de defender-se em meio a um universo musical dominado pelos homens) em uma moda meio boyfriend, mas também exploravam seu lado sensual com shorts e bustiers. 

A influência das moças na moda das cantoras de hoje pode ser percebida em detalhes, como blusões estampados, bonés e os brincões dourados de argola. As hypadas M.I.A e Santigold parecem refletir, cada qual à sua particular maneira, o espírito colorido, étnico e vibrante de Salt N’ Pepa.
E, falando também de cabelo, Alice Dellal não foi a 1ª a raspar apenas as laterais da cabeça e Rihanna não foi a 1ª negra a ousar no mohawk. Pepa chegou antes, bitches!
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