
Altamente prolífica, Elena, além de designer, desenvolve vários projetos gráficos, além de ser designer de várias coleções. À frente do Dracula Studio, propõe liberdade de criação e de experimentação. Tendo como fontes de inspiração filmes trash de horror, literatura clássica e contemporânea, o obscuro, o estranho e o grotesco, a estética das coleções de Gallen são cuidadosas, minimalistas e repletas de ousadia e de irreverência. Sem medo de ser chocante, aposta em temas que possibilitem reflexão por parte do usuário das peças, representando o universo criativo em que a artista se insere.
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FREAKSHOW (2006)
Em uma irônica brincadeira, Gallen mistura o mundo das “aberrações” de circo (será que tem uma denominação politicamente correta para os circus freaks? Do jeito que o mundo está paranóico com a assepsia moral, acho que eles devem estar sendo chamados de indivíduos que usam os seus infortúnios genéticos com o objetivo de lucro através de espetáculos circenses.) com os icônicos personagens da Disney, na tentativa de mostrá-los como seres criados e usados apenas para atrair audiência. Vítimas do próprio sistema de produção que os gerou, são alterações da realidade voltadas ao consumo imediato.
A mutação de figuras representativas da cultura pop representa uma reflexão a respeito da função da cultura de massa dentro da sociedade atual. Irônico, porém, é ver isso estampado em camisas voltadas ao consumismo simples e banalizado. Mas, ok...whatever...a gente precisa se sustentar de alguma forma, né mesmo? E as estampas são incríveis.




Luxo e lixo. Duas palavras que parecem andar juntas no mundo irreal das celebridades. Vendidos pela mídia, esvaziados de qualquer conteúdo humano, transformados em esteriótipos midiáticos e postos em um pedestal, esses seres, determinados de Olimpianos por Edgar Morin, são observados em programas de tevê e e em revistas e sites especializados, vendidos como produtos prontos para o consumo. Transformados em objetos, endeusados nos papéis que encarnam para as massas e humanizados em sua vida privada, têm sua identidade banalizada e parecem entrar em um vazio contínuo de relacionamentos fugazes, festas e drogas.
Com ilustrações impactantes, minimalistas e super coloridas, Gallen brinca com o mundo artificial da fama, choca e se diverte. A ilustração da Kate Moss ainda enfeita uma bag, garantindo uns bons comentários quando você andar no meio da rua. Afinal, que melhor maneira de criticar o consumo do que consumir coisas que digam não a ele? (momento claramente irônico).















A coleção mais conceitual e menos irreverente de Gallen, apresentando uma aura mais obscura, fantasmagórica e surreal. O minimalismo das coleções anteriores se mantém, com camisas lisas e as ilustrações no centro e a coleção se estende a jóias também.
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Stills do video teaser lançado para a coleção, belo e artístico. Dá uma olhada nele aqui.

Segundo a própria Gallen, a Geometria Sagrada é expressa pela perfeição matemática, expressão na Proporção Divina, na Sequência de Fibonacci, na estrutura do Cosmos e nas formas geométricas. Mística, com ares sobrenaturais e de inspiração universalista, em Sacred Geometry as ilustrações coloridas e caricatas dão lugar a colagens distorcidas e sobrepostas, em que paisagens lunares, a beleza matematicamente perfeita de conchas e formas com um quê concretista representam a sacralidade formativa dos princípios matemáticos na gestação primeva do Universo.



A arte de Gallen aqui parece ter atingido um nível maior de maturidade e percebe-se a necessidade de, antes de chocar, representar uma ideia.
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Aproveitando que estamos mostrando o trabalho de uma talentosa artista espanhola, que tal apresentarmos a produção de uma divertida designer proveniente do mesmo país?
Laura Diéguez ganhou o prêmio de criatividade com sua coleção “Monstruoplastia” no MODAFAD 2009, evento destinado à divulgação de talentos emergentes e produtores de uma moda inovadora e vanguardista na Espanha, uma espécie de Casa de Criadores da Península Ibérica, e a recompensa não podia ser mais merecida.
Unindo crítica e deboche, a moça partiu da premissa de que a busca obsessiva pela perfeição nos dias atuais leva as pessoas a tomarem atitudes extremas com relação a seu corpo, recorrendo a cirurgias abusivas que acabam por transformá-las em verdadeiros “monstros”. Pra mostrar sua ideia, porém, não deixou o lado cômico e fez uma coleção altamente colorida, moderna e “usável”.
PS: Gostei demais desse pequeno editorial feito na revista espanhola FUXZY em 2009, estrelando a novata Sofia Faget em looks inteiramente Laura Diéguez. O cenário minimalista contrasta com as cores vibrantes das peças e atrai ainda mais a atenção para elas, em um ensaio curtinho, mas moderno e estiloso.





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Aproveitando que estamos mostrando o trabalho de uma talentosa artista espanhola, que tal apresentarmos a produção de uma divertida designer proveniente do mesmo país?

Unindo crítica e deboche, a moça partiu da premissa de que a busca obsessiva pela perfeição nos dias atuais leva as pessoas a tomarem atitudes extremas com relação a seu corpo, recorrendo a cirurgias abusivas que acabam por transformá-las em verdadeiros “monstros”. Pra mostrar sua ideia, porém, não deixou o lado cômico e fez uma coleção altamente colorida, moderna e “usável”.










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