Surpresa. Choque. Admiração. Espanto. O trabalho da artista visual Elena Gallen, que reside e trabalha em Barcelona, pode causar diferentes reações mas nunca deixará quem com ele tiver contato indiferente. Dona de um talento e de uma motivação criativa impressionantes, Elena é subversiva, debochada e livre de padrões estéticos, subvertendo ícones da cultura pop atual em releituras provocativas e lançadoras de reflexão. Trilhando o caminho de artistas como Andy Warhol, cria leituras pessoais de figuras enraizadas no imaginário da cultura de massa, e as tira do pedestal sacralizado construído pela mídia, propondo novas formas de perceber e de enxergar essas personagens, reais ou fictícias, que habitam no universo da produção midiática moderna.
Altamente prolífica, Elena, além de designer, desenvolve vários projetos gráficos, além de ser designer de várias coleções. À frente do Dracula Studio, propõe liberdade de criação e de experimentação. Tendo como fontes de inspiração filmes trash de horror, literatura clássica e contemporânea, o obscuro, o estranho e o grotesco, a estética das coleções de Gallen são cuidadosas, minimalistas e repletas de ousadia e de irreverência. Sem medo de ser chocante, aposta em temas que possibilitem reflexão por parte do usuário das peças, representando o universo criativo em que a artista se insere.
Em uma irônica brincadeira, Gallen mistura o mundo das “aberrações” de circo (será que tem uma denominação politicamente correta para os circus freaks? Do jeito que o mundo está paranóico com a assepsia moral, acho que eles devem estar sendo chamados de indivíduos que usam os seus infortúnios genéticos com o objetivo de lucro através de espetáculos circenses.) com os icônicos personagens da Disney, na tentativa de mostrá-los como seres criados e usados apenas para atrair audiência. Vítimas do próprio sistema de produção que os gerou, são alterações da realidade voltadas ao consumo imediato.
A mutação de figuras representativas da cultura pop representa uma reflexão a respeito da função da cultura de massa dentro da sociedade atual. Irônico, porém, é ver isso estampado em camisas voltadas ao consumismo simples e banalizado. Mas, ok...whatever...a gente precisa se sustentar de alguma forma, né mesmo? E as estampas são incríveis.LUXURY & TRASH (2008)
Luxo e lixo. Duas palavras que parecem andar juntas no mundo irreal das celebridades. Vendidos pela mídia, esvaziados de qualquer conteúdo humano, transformados em esteriótipos midiáticos e postos em um pedestal, esses seres, determinados de Olimpianos por Edgar Morin, são observados em programas de tevê e e em revistas e sites especializados, vendidos como produtos prontos para o consumo. Transformados em objetos, endeusados nos papéis que encarnam para as massas e humanizados em sua vida privada, têm sua identidade banalizada e parecem entrar em um vazio contínuo de relacionamentos fugazes, festas e drogas.
Com ilustrações impactantes, minimalistas e super coloridas, Gallen brinca com o mundo artificial da fama, choca e se diverte. A ilustração da Kate Moss ainda enfeita uma bag, garantindo uns bons comentários quando você andar no meio da rua. Afinal, que melhor maneira de criticar o consumo do que consumir coisas que digam não a ele? (momento claramente irônico).Tão legais quanto às t-shirts são as pessoas que as usam Um adendo interessante: super legais as fotos que a fotógrafa Raquel Reina fez para o catálogo das duas primeiras coleções de Gallen. Reunindo estilo e atitude, as imagens foram uma maneira visualmente atraente de mostrar a coleção, além de representarem um comportamento bem jovem.SACRED GEOMETRY (2010)
A coleção mais conceitual e menos irreverente de Gallen, apresentando uma aura mais obscura, fantasmagórica e surreal. O minimalismo das coleções anteriores se mantém, com camisas lisas e as ilustrações no centro e a coleção se estende a jóias também.
Altamente prolífica, Elena, além de designer, desenvolve vários projetos gráficos, além de ser designer de várias coleções. À frente do Dracula Studio, propõe liberdade de criação e de experimentação. Tendo como fontes de inspiração filmes trash de horror, literatura clássica e contemporânea, o obscuro, o estranho e o grotesco, a estética das coleções de Gallen são cuidadosas, minimalistas e repletas de ousadia e de irreverência. Sem medo de ser chocante, aposta em temas que possibilitem reflexão por parte do usuário das peças, representando o universo criativo em que a artista se insere.
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FREAKSHOW (2006)Em uma irônica brincadeira, Gallen mistura o mundo das “aberrações” de circo (será que tem uma denominação politicamente correta para os circus freaks? Do jeito que o mundo está paranóico com a assepsia moral, acho que eles devem estar sendo chamados de indivíduos que usam os seus infortúnios genéticos com o objetivo de lucro através de espetáculos circenses.) com os icônicos personagens da Disney, na tentativa de mostrá-los como seres criados e usados apenas para atrair audiência. Vítimas do próprio sistema de produção que os gerou, são alterações da realidade voltadas ao consumo imediato.
A mutação de figuras representativas da cultura pop representa uma reflexão a respeito da função da cultura de massa dentro da sociedade atual. Irônico, porém, é ver isso estampado em camisas voltadas ao consumismo simples e banalizado. Mas, ok...whatever...a gente precisa se sustentar de alguma forma, né mesmo? E as estampas são incríveis.LUXURY & TRASH (2008)
Luxo e lixo. Duas palavras que parecem andar juntas no mundo irreal das celebridades. Vendidos pela mídia, esvaziados de qualquer conteúdo humano, transformados em esteriótipos midiáticos e postos em um pedestal, esses seres, determinados de Olimpianos por Edgar Morin, são observados em programas de tevê e e em revistas e sites especializados, vendidos como produtos prontos para o consumo. Transformados em objetos, endeusados nos papéis que encarnam para as massas e humanizados em sua vida privada, têm sua identidade banalizada e parecem entrar em um vazio contínuo de relacionamentos fugazes, festas e drogas.
Com ilustrações impactantes, minimalistas e super coloridas, Gallen brinca com o mundo artificial da fama, choca e se diverte. A ilustração da Kate Moss ainda enfeita uma bag, garantindo uns bons comentários quando você andar no meio da rua. Afinal, que melhor maneira de criticar o consumo do que consumir coisas que digam não a ele? (momento claramente irônico).Tão legais quanto às t-shirts são as pessoas que as usam Um adendo interessante: super legais as fotos que a fotógrafa Raquel Reina fez para o catálogo das duas primeiras coleções de Gallen. Reunindo estilo e atitude, as imagens foram uma maneira visualmente atraente de mostrar a coleção, além de representarem um comportamento bem jovem.SACRED GEOMETRY (2010)
A coleção mais conceitual e menos irreverente de Gallen, apresentando uma aura mais obscura, fantasmagórica e surreal. O minimalismo das coleções anteriores se mantém, com camisas lisas e as ilustrações no centro e a coleção se estende a jóias também.
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Stills do video teaser lançado para a coleção, belo e artístico. Dá uma olhada nele aqui.Segundo a própria Gallen, a Geometria Sagrada é expressa pela perfeição matemática, expressão na Proporção Divina, na Sequência de Fibonacci, na estrutura do Cosmos e nas formas geométricas. Mística, com ares sobrenaturais e de inspiração universalista, em Sacred Geometry as ilustrações coloridas e caricatas dão lugar a colagens distorcidas e sobrepostas, em que paisagens lunares, a beleza matematicamente perfeita de conchas e formas com um quê concretista representam a sacralidade formativa dos princípios matemáticos na gestação primeva do Universo.A arte de Gallen aqui parece ter atingido um nível maior de maturidade e percebe-se a necessidade de, antes de chocar, representar uma ideia.::
Aproveitando que estamos mostrando o trabalho de uma talentosa artista espanhola, que tal apresentarmos a produção de uma divertida designer proveniente do mesmo país?
Aproveitando que estamos mostrando o trabalho de uma talentosa artista espanhola, que tal apresentarmos a produção de uma divertida designer proveniente do mesmo país?
Laura Diéguez ganhou o prêmio de criatividade com sua coleção “Monstruoplastia” no MODAFAD 2009, evento destinado à divulgação de talentos emergentes e produtores de uma moda inovadora e vanguardista na Espanha, uma espécie de Casa de Criadores da Península Ibérica, e a recompensa não podia ser mais merecida.
Unindo crítica e deboche, a moça partiu da premissa de que a busca obsessiva pela perfeição nos dias atuais leva as pessoas a tomarem atitudes extremas com relação a seu corpo, recorrendo a cirurgias abusivas que acabam por transformá-las em verdadeiros “monstros”. Pra mostrar sua ideia, porém, não deixou o lado cômico e fez uma coleção altamente colorida, moderna e “usável”.PS: Gostei demais desse pequeno editorial feito na revista espanhola FUXZY em 2009, estrelando a novata Sofia Faget em looks inteiramente Laura Diéguez. O cenário minimalista contrasta com as cores vibrantes das peças e atrai ainda mais a atenção para elas, em um ensaio curtinho, mas moderno e estiloso.Curtiu?
Unindo crítica e deboche, a moça partiu da premissa de que a busca obsessiva pela perfeição nos dias atuais leva as pessoas a tomarem atitudes extremas com relação a seu corpo, recorrendo a cirurgias abusivas que acabam por transformá-las em verdadeiros “monstros”. Pra mostrar sua ideia, porém, não deixou o lado cômico e fez uma coleção altamente colorida, moderna e “usável”.PS: Gostei demais desse pequeno editorial feito na revista espanhola FUXZY em 2009, estrelando a novata Sofia Faget em looks inteiramente Laura Diéguez. O cenário minimalista contrasta com as cores vibrantes das peças e atrai ainda mais a atenção para elas, em um ensaio curtinho, mas moderno e estiloso.Curtiu?
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